sexta-feira, 7 de junho de 2013

Revendo matéria do jornal A PRAÇA DE iGUATU

Cleodon de Oliveira ressalta a história da dramaturgia em Iguatu

Foto:Wandenberg Belém
Cleodon de Oliveira
No próximo dia 27 de março é comemorado no mundo o Dia do Teatro. Em Iguatu, terra de grandes artistas, também já começaram as mobilizações para reverenciar essa data. E o Jornal A Praça, como veículo difusor de todas as formas de expressões culturais, publica matérias relacionadas ao teatro em Iguatu. Nessa edição conversamos com um dos principais nomes da arte teatral no município, o ator, diretor de teatro, bonequeiro, entre outras façanhas do mundo artístico, Cleodon de Oliveira. Ele relembra dos áureos tempos de se fazer teatro em Iguatu, fala de novos nomes que vêm se destacando, e ressalta também a luta da classe artística iguatuense por um espaço digno público para apresentações de suas manifestações.
Cleodon de Oliveira, que também é diretor do Projeto Arte Criança, ultimamente vem desenvolvendo a cultura no vizinho município de Assaré. Ele também tem dedicado tempo para criação de dois projetos: um documentário e uma revista que retrata a história do teatro em Iguatu. Muitas fotos, recortes de jornais, folder, cartazes, panfletos, revistas, vídeos e áudio, são guardados com muito carinho pelo artista. Segundo ele, o Sesc Iguatu tem sido desde sua criação em Iguatu um dos principais parceiros e apoiadores da cultura teatral. “Esse projeto que estamos desenvolvendo tem como objetivo fazer um resgate de todo o trabalho voltado para o teatro em Iguatu e servir também de material paradidático usado pelas escolas”, disse, citando como exemplo o renomado ator iguatuense Pedro Lima Verde, aos atores dos tempos de hoje, nomes como Cairo Cesar, Aldenir Martins, Rogério Eleodório, Socorro, Lucinha e muitos outros que vêm surgindo ou que ainda continuam nessa incessante luta de fazer arte numa cidade do interior cearense.
Segundo Cleodon, muitas coincidências contribuem para um certo declínio do teatro no município, como exemplificou o cansaço exaustivo dos atores em tentar sobreviver da arte. Outros foram embora, alguns desmotivados mudaram de profissão e também a falta de parcerias. Mas para Cleodon ainda existem os resistentes e muitos novatos que vem se engajando pela arte. “Se o poder público tem uma secretaria mais atuante, trabalha mais junto dos artistas, principalmente dos mais populares isso fortalece, dá um motivo a todos. Até mesmo contribui para a formação de platéia porque o povo gosta de arte. Por isso são vários fatores negativos e positivos que contribuem para a arte. Um exemplo positivo é o Sesc que aglutina os artistas”, disse, ressaltando que o fortalecimento dos movimentos culturais são os parceiros. “Não dá para sobreviver de arte em Iguatu. Nós artistas temos que sobreviver de outras formas. A militância é grande. E já enfrentamos muitas crises. Os empresários hoje precisam tomar conhecimento de leis de incentivo às artes. Porque eles tomando conhecimento terão suas marcas associadas a manifestações sociais. E isso é bom para eles, investirem em cultura”, complementou.
A história da comemoração do Dia Mundial do Teatro em Iguatu teve início por volta de 1999, quando aconteceu uma reunião de todos os grupos de teatros e fazedores de arte e saíram pelas ruas em cortejo anunciando a data e mostrando que os artistas de Iguatu, sempre foram fortes e resistentes. Desde aquela época a luta sempre foi a mesma: conseguir um espaço, um teatro para realizarem com dignidade seus talentos. Caracterizados, os atores e atrizes saíram de frente do antigo CSU, no Prado, pelas ruas da cidade, movimento esse que vem sendo repetido até os dias de hoje. “O dia mundial do teatro servia como uma troca de experiência, tínhamos contatos com outros artistas, muitas vezes participávamos de eventos fora e trazíamos as técnicas e aprendizados para cá. Um ponto alto além do cortejo são os debates que reúnem um grande número de pessoas em busca de um só objetivo: o reconhecimento da cultura e expressão do artistas iguatuenses. A história é essa. Não é um momento só para comemorar, mas para refletir e discutir com a classe  o teatro. Temos tentado ampliar as participações  a cada ano com a música, dança, teatro de bonecos e outras formas de expressão porque o teatro é a casa de todos os artistas”, disse.
Para Cleodon, os dos principais espaços que devem ser explorados são as escolas. Para ele é preciso levar a arte para dentro delas porque são ambientes naturais da forma de expressão cultural dos povos. Ele ressalta que uma escola não pode sobreviver sem cultura, porque se torna uma escola morta. Cleodon também cobra a participação das universidades, como os próprios nomes dizem são universos. “As faculdades aqui são fechadas para a população, se fazem alguma manifestação ninguém poucos tomam conhecimento. É preciso mudar isso. Elas têm que se abrirem para as pessoas”, finalizou, dizendo que os artistas continuam batendo na mesma tecla de um espaço para valorização do seu trabalho. “Se realmente o teatro for inaugurado agora será muito bom. Pela sua estrutura que vi é um ambiente muito agradável ao artista que sempre lutou por um espaço aqui desde muitos tempos atrás”.

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