A
TERCEIRA FASE DE 1994 A 1999
Na década de 90 só a partir de
1994 é que o grupo retoma suas
montagens com
mais força e perseverança. Muitos jovens atores aparecem no cenário teatral em Iguatu
por conta dos trabalhos do grupo nas escolas e projetos socioculturais nas
comunidades como o Projeto Arte Criança (PAC) com o Grupo Ciranda de Teatro, o Festival
de Arte e Cultura do Colégio Adail Barreto e trabalhos junto a Pastoral de Juventude. O Grupo trabalha intensivamente com o
objetivo de montar a peça “Torturas de um coração”
. Vários atores e atrizes fazem testes no grupo sem muito sucesso
e a falta de atores compromete bastante a montagem já que a maioria são atrizes
que se integram ao grupo, tendo que realizar adaptações para a montagem das
peças. Na busca por novos talentos, surgem no cenário novas figuras. Claudia
Galeno, Elenilde Alves, Eliane Pereira e Luana Norões se juntam aos veteranos.
Bimail, depois de um tempo afastado, retorna ao Grupo e Nezeneide e Aurineide
continuam fiel ao grupo. O estudante de Letras Marques entra no elenco. O ator,
figurinista e cenógrafo Wandeberg também se insere e o dançarino, maquiador e
cabelereiro Kleber Cavalcante
completam a equipe do espetáculo. “Torturas de um coração” finalmente
está pronto e estreia em maio de 1996. A peça faz grande sucesso no FETAC em Acopiara
no mês de julho do mesmo ano. O sucesso é tão grande que ganha cinco troféus e
consagra Claudia Galeno como a melhor atriz comediante do Festival. O Grupo permanece
em cartaz de 1996 a junho de 1997. Nesse período, a peça passou por vários
espaços e eventos culturais, Festivais e Mostras como o Teatro do SESC, Colégio
Adail Barreto, FECLI, Centro Acadêmico, Colégio Pacifico Guedes, Colégio Rui
Barbosa, Distrito de Alencar, Teatro Pedro Lima Verde na sua primeira
inauguração e tantos outros. No final da temporada o grupo já está com um novo
espetáculo, dessa vez uma montagem infantil, texto de Maria Clara Machado, “A
Volta do Camaleão Alface”, uma produção belíssima com um cenário e figurino
encantador, uma maquiagem deslumbrante, tudo perfeito para os olhos da criança.
A peça só
consegue estrear no FETAC e não correspondeu aos investimentos do ponto de
vista técnico. Infelizmente a maioria dos atores não estavam preparados para o
festival. O espetáculo só consegue duas premiações: melhor figurino e duas indicações
de melhor atriz coadjuvante às veteranas Aurineide Carneiro e Elenilde Alves,
sendo que Aurineide leva o troféu. Na participação do elenco há alguns estreantes.
No todo foi composto por Aurineide Carneiro, Elenilde Alves, Claudia Galeno, José
Filho, Roberto Mene e Ayrton Bezerra. Infelizmente, não foi possível fazer uma
boa circulação, alguns atores não se identificaram com o fazer teatral e a
proposta do espetáculo. O trabalho fracassou apesar da produção ter sido de boa
qualidade e não passou de duas apresentações. Valeu o talento de Eurenir Sobreira
que ganhou o troféu de melhor figurino. A direção encontrou enormes
dificuldades para engajar os atores estreantes de forma mais efetiva e
participativa nos ensaios.
Outra fase
importante nesse período foi o engajamento de novos atores e atrizes como Cairo
Sales, José Filho, Damião Ronad, Lucia Moraes, Aldenir Martins, Ivan de Sena e
recrutamento de Bimail Palácio que, mais uma vez, se habilita a entrar no
elenco do grupo, como também as atrizes Aurineide e Nezeneide Carneiro, figuras
que já faziam parte do cenário artístico iguatuense e, logo em seguida, o
professor de dança folclórica Raimundo Junior e Socorro Batista do Projeto Arte
Criança.
Um
fator importante que vem acontecendo com o grupo é o Projeto Teatro de Rua
contra AIDS que, após ter participação do ator Ivan de Sena e Cleodon de Oliveira
no I Encontro de Teatro de Rua contra AIDS em Guaramiranga em 1999... No
Festival Nordestino de Teatro (FNT) montamos nosso primeiro espetáculo de
teatro de rua. Essa foi nossa primeira experiência nessa linha de teatro. Na
primeira montagem atuaram no espetáculo o elenco Elenilde Alves (Nildinha), Cairo
Sales, Damião Ronad e Ivan de Sena, e na direção Cleodon de Oliveira, nos quais
participaram da primeira temporada durante seis meses com o espetáculo “O Auto
da Camisinha” em parceria com o Programa Saúde da Família (PSF).
A seguir
foram engajados a elenco com outro espetáculo de rua, intitulado “Quem Mama não
Chora”, os atores e atrizes José Filho, Claudia Galeno e Aldenir Martins em
parceria com a secretaria de saúde do município de Iguatu, um trabalho paralelo
ao “Auto da Camisinha”. Espetáculo que participavam do elenco Cairo Sales, José
Filho, Aldenir Martins, Claudia Galeno e como maquiador Ayrton Bezerra, essa
era a safra de novos atores. E o texto e direção de Cleodon de Oliveira. Outro
trabalho de cunho informativo e educação para a saúde foi montado para o Centro
de Atenção Psicossocial (CAPS) falando da sua importância e da sua história.
Participaram desse trabalho Damião Ronad, Ivan de Sena, Bimail Palacio e
Aurineide Carneiro. Essa fase foi marcada pelo teatro iguatuense
como um período do teatro informativo e de educação em saúde impulsionado pelo
projeto teatro de rua contra AIDS.
O grupo continuou nessa linha
por mais algum tempo e é contemplado por dois projetos: um de auxílio montagem que
monta mais projeto um de rua, “A chegada de Marculino no purgatório” de
Orlangelo Leal e o Projeto Escola Ensina em Cena e remonta “O Auto da Camisinha”
com os alunos do Liceu. As oficinas foram dadas por Cleodon, Cairo e Bimail.
Essa fase se estendeu de 1998 a 2000. Com esses espetáculos, o teatro de rua se
populariza em Iguatu e vários outros grupos se integram a essa linguagem
teatral, fato esse que muda a cara do teatro iguatuense. Além desses trabalhos,
o grupo montou um outro grande trabalho, a peça intitulada “O Eclipse”, texto
de Walden Luiz com direção de Cleodon de Oliveira. Esse foi o espetáculo que
renovou o grupo. Com a safra dos novos atores, essa fase foi uma das mais
favoráveis para muitos e o início para outros da continuidade de um projeto de
teatro. O perfil do grupo toma um
outro formato, mas continua assumindo um papel de fundamental importância, teatro-escola,
formadores de opinião, uma escola de formação de jovens atores e novos talentos.
O grupo descobre atores mais habilidosos e com um talento surpreendente.
Em janeiro do ano 2000, o
grupo se prepara para uma nova montagem e propõe a peça “A Farsa do Cangaceiro
Astucioso”. Na ocasião, as opiniões se dividem e torna-se inviável a montagem
do novo espetáculo apesar da decisão pela direção do novo texto. A partir daí,
as divergências dentro do grupo se acirraram causando uma grande divisão. O ator
José Filho e a atriz Claudia Galeno tinham o desejo pessoal de montar “O morto
e a donzela” sugerido por Neidinha Castelo Branco surgindo, dessa forma, uma
nova sigla no teatro iguatuense. Claudia Galeno e José Filho foram
automaticamente se afastando até criarem um novo grupo.
Durante esse ano seguimos um
trabalho de rua. O ator Cairo Sales também decide se afastar do grupo e forma a
sua própria companhia com o ator Damião Ronad que já vinha atuando em vários
outros trabalhos apesar de se identificarem sempre como atores do Metamorfose.
O grupo fica fora de dois festivais que aconteceram em Acopiara, porém chegou a
participar da IV MOITA, por estar envolvido na organização não chegou a
competir e apresentou “O auto da camisinha”. Apesar do grupo ter sido
prejudicado por uma série de acontecimentos internos foram avaliados os
aspectos positivos e dois lados das questões. Um dos aspectos é que por muito
tempo apenas um grupo aparecia com mais evidência no cenário teatral iguatuense
e com essas ramificações novos grupos e novos atores darão continuidade não
deixando o teatro morrer.
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