domingo, 12 de janeiro de 2020


A TERCEIRA FASE DE 1994 A 1999


Na década de 90 só a partir de 1994 é que o grupo retoma suas
montagens com mais força e perseverança. Muitos jovens atores aparecem no cenário teatral em Iguatu por conta dos trabalhos do grupo nas escolas e projetos socioculturais nas comunidades como o Projeto Arte Criança (PAC) com o Grupo Ciranda de Teatro, o Festival de Arte e Cultura do Colégio Adail Barreto e trabalhos junto a Pastoral de Juventude. O Grupo trabalha intensivamente com o objetivo de montar a peça “Torturas de um coração” . Vários atores e atrizes fazem testes no grupo sem muito sucesso e a falta de atores compromete bastante a montagem já que a maioria são atrizes que se integram ao grupo, tendo que realizar adaptações para a montagem das peças. Na busca por novos talentos, surgem no cenário novas figuras. Claudia Galeno, Elenilde Alves, Eliane Pereira e Luana Norões se juntam aos veteranos. Bimail, depois de um tempo afastado, retorna ao Grupo e Nezeneide e Aurineide continuam fiel ao grupo. O estudante de Letras Marques entra no elenco. O ator, figurinista e cenógrafo Wandeberg também se insere e o dançarino, maquiador e cabelereiro Kleber Cavalcante completam a equipe do espetáculo. “Torturas de um coração” finalmente está pronto e estreia em maio de 1996. A peça faz grande sucesso no FETAC em Acopiara no mês de julho do mesmo ano. O sucesso é tão grande que ganha cinco troféus e consagra Claudia Galeno como a melhor atriz comediante do Festival. O Grupo permanece em cartaz de 1996 a junho de 1997. Nesse período, a peça passou por vários espaços e eventos culturais, Festivais e Mostras como o Teatro do SESC, Colégio Adail Barreto, FECLI, Centro Acadêmico, Colégio Pacifico Guedes, Colégio Rui Barbosa, Distrito de Alencar, Teatro Pedro Lima Verde na sua primeira inauguração e tantos outros. No final da temporada o grupo já está com um novo espetáculo, dessa vez uma montagem infantil, texto de Maria Clara Machado, “A Volta do Camaleão Alface”, uma produção belíssima com um cenário e figurino encantador, uma maquiagem deslumbrante, tudo perfeito para os olhos da criança.
A peça só consegue estrear no FETAC e não correspondeu aos investimentos do ponto de vista técnico. Infelizmente a maioria dos atores não estavam preparados para o festival. O espetáculo só consegue duas premiações: melhor figurino e duas indicações de melhor atriz coadjuvante às veteranas Aurineide Carneiro e Elenilde Alves, sendo que Aurineide leva o troféu. Na participação do elenco há alguns estreantes. No todo foi composto por Aurineide Carneiro, Elenilde Alves, Claudia Galeno, José Filho, Roberto Mene e Ayrton Bezerra. Infelizmente, não foi possível fazer uma boa circulação, alguns atores não se identificaram com o fazer teatral e a proposta do espetáculo. O trabalho fracassou apesar da produção ter sido de boa qualidade e não passou de duas apresentações. Valeu o talento de Eurenir Sobreira que ganhou o troféu de melhor figurino. A direção encontrou enormes dificuldades para engajar os atores estreantes de forma mais efetiva e participativa nos ensaios.  
O Grupo Metamorfose cumpriu mais uma etapa de sua trajetória em favor do teatro iguatuense. Nessa etapa, houve mudanças fundamentais para o avanço na história do nosso teatro, tendo cumprido um papel importante como principal articulador da AITA, após sete anos inativo.
Outra fase importante nesse período foi o engajamento de novos atores e atrizes como Cairo Sales, José Filho, Damião Ronad, Lucia Moraes, Aldenir Martins, Ivan de Sena e recrutamento de Bimail Palácio que, mais uma vez, se habilita a entrar no elenco do grupo, como também as atrizes Aurineide e Nezeneide Carneiro, figuras que já faziam parte do cenário artístico iguatuense e, logo em seguida, o professor de dança folclórica Raimundo Junior e Socorro Batista do Projeto Arte Criança.
            Um fator importante que vem acontecendo com o grupo é o Projeto Teatro de Rua contra AIDS que, após ter participação do ator Ivan de Sena e Cleodon de Oliveira no I Encontro de Teatro de Rua contra AIDS em Guaramiranga em 1999... No Festival Nordestino de Teatro (FNT) montamos nosso primeiro espetáculo de teatro de rua. Essa foi nossa primeira experiência nessa linha de teatro. Na primeira montagem atuaram no espetáculo o elenco Elenilde Alves (Nildinha), Cairo Sales, Damião Ronad e Ivan de Sena, e na direção Cleodon de Oliveira, nos quais participaram da primeira temporada durante seis meses com o espetáculo “O Auto da Camisinha” em parceria com o Programa Saúde da Família (PSF).
A seguir foram engajados a elenco com outro espetáculo de rua, intitulado “Quem Mama não Chora”, os atores e atrizes José Filho, Claudia Galeno e Aldenir Martins em parceria com a secretaria de saúde do município de Iguatu, um trabalho paralelo ao “Auto da Camisinha”. Espetáculo que participavam do elenco Cairo Sales, José Filho, Aldenir Martins, Claudia Galeno e como maquiador Ayrton Bezerra, essa era a safra de novos atores. E o texto e direção de Cleodon de Oliveira. Outro trabalho de cunho informativo e educação para a saúde foi montado para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) falando da sua importância e da sua história. Participaram desse trabalho Damião Ronad, Ivan de Sena, Bimail Palacio e Aurineide Carneiro. Essa fase foi marcada pelo teatro iguatuense como um período do teatro informativo e de educação em saúde impulsionado pelo projeto teatro de rua contra AIDS. 
O grupo continuou nessa linha por mais algum tempo e é contemplado por dois projetos: um de auxílio montagem que monta mais projeto um de rua, “A chegada de Marculino no purgatório” de Orlangelo Leal e o Projeto Escola Ensina em Cena e remonta “O Auto da Camisinha” com os alunos do Liceu. As oficinas foram dadas por Cleodon, Cairo e Bimail. Essa fase se estendeu de 1998 a 2000. Com esses espetáculos, o teatro de rua se populariza em Iguatu e vários outros grupos se integram a essa linguagem teatral, fato esse que muda a cara do teatro iguatuense. Além desses trabalhos, o grupo montou um outro grande trabalho, a peça intitulada “O Eclipse”, texto de Walden Luiz com direção de Cleodon de Oliveira. Esse foi o espetáculo que renovou o grupo. Com a safra dos novos atores, essa fase foi uma das mais favoráveis para muitos e o início para outros da continuidade de um projeto de teatro. O perfil do grupo toma um outro formato, mas continua assumindo um papel de fundamental importância, teatro-escola, formadores de opinião, uma escola de formação de jovens atores e novos talentos. O grupo descobre atores mais habilidosos e com um talento surpreendente.
Em 1998, mesmo com o teatro de rua em andamento, o grupo monta mais um espetáculo de palco. “O Eclipse” traz o ator Bimail de volta, que reforça mais ainda os trabalhos do grupo, pois além de ator é um excelente técnico que cuida da luz, som e cenário. Com esse espetáculo, o Metamorfose participa de dois festivais na região, o FETAC e o FESTIARTE, conseguindo duas premiações em Cedro, o de melhor atriz e de melhor espetáculo no FESTIARTE. A peça fica em cartaz até o ano 2000. O elenco é um dos mais notáveis: Claudia Galeno, Aldenir Martins, Lucia Moraes, Nezeneide Carneiro, Bimail Palácio, Cairo Sales, Damião Ronad, José Filho e Reginaldo Linhares. O figurino ficou por conta de Eurenir Sobreira, maquiagem de Ayrton Bezerra e sonoplastia de Ivan de Sena, figurantes Reginaldo Linhares e Luana Norões. A direção de Cleodon de Oliveira. Ainda com “O Auto da Camisinha” houve uma segunda montagem com modificação no elenco que participou do I Festival de Expressões Artísticas contra AIDS em Fortaleza, do V FESTEJO em Sousa na Paraíba com Bimail Palacio, Nildinha, Damião Ronad, Ivan de Sena e Claudia Galeno, direção de Cleodon e maquiagem coletiva. A temporada de teatro com o projeto DST x AIDS teve sua última apresentação foi no encontro de professores no Centro de Treinamento do Diocesano, e no final do ano de 1999 acaba mais um ciclo do Grupo Metamorfose. E o final do século XX, o novo milênio, surge com muitas expectativas e grandes mudanças e o teatro iguatuense exige renovação.
Em janeiro do ano 2000, o grupo se prepara para uma nova montagem e propõe a peça “A Farsa do Cangaceiro Astucioso”. Na ocasião, as opiniões se dividem e torna-se inviável a montagem do novo espetáculo apesar da decisão pela direção do novo texto. A partir daí, as divergências dentro do grupo se acirraram causando uma grande divisão. O ator José Filho e a atriz Claudia Galeno tinham o desejo pessoal de montar “O morto e a donzela” sugerido por Neidinha Castelo Branco surgindo, dessa forma, uma nova sigla no teatro iguatuense. Claudia Galeno e José Filho foram automaticamente se afastando até criarem um novo grupo.
            Durante esse ano seguimos um trabalho de rua. O ator Cairo Sales também decide se afastar do grupo e forma a sua própria companhia com o ator Damião Ronad que já vinha atuando em vários outros trabalhos apesar de se identificarem sempre como atores do Metamorfose. O grupo fica fora de dois festivais que aconteceram em Acopiara, porém chegou a participar da IV MOITA, por estar envolvido na organização não chegou a competir e apresentou “O auto da camisinha”. Apesar do grupo ter sido prejudicado por uma série de acontecimentos internos foram avaliados os aspectos positivos e dois lados das questões. Um dos aspectos é que por muito tempo apenas um grupo aparecia com mais evidência no cenário teatral iguatuense e com essas ramificações novos grupos e novos atores darão continuidade não deixando o teatro morrer.

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