quarta-feira, 27 de julho de 2011

POÉTA?


POETA?


Não, eu não sou poeta
Eu apenas falo o que vejo
Eu apenas escrevo o que ouço.
Só descrevo a fome e a miséria.
Não eu nunca fui poeta,
Eu nunca escrevo o que sinto.
Eu nunca falo o que penso.
Só descrevo os lamentos e as dores.
Não, eu não sou poeta.
Eu não escrevo a beleza,
Não descrevo a natureza,
Só descrevo a desgraça e a pobreza.
Não, eu nunca fui poeta.
Eu nunca falei de amor,
Eu nunca falei de saudade,
Só falei de maldade, de pranto e dor.
Não descrevo a lua, o mar,
Nem as estrelas,
Não sei contar em miúdos
As belezas da natureza
Só sei mostrar o medo,
A tristeza e a fraqueza,
Não, eu nunca fui poeta.
Jamais falei de ciúme,
Jamais falei de seu corpo,
Só falei em liberdade,
Mas nunca falei em você.
Não, eu nunca fui poeta.
Nunca falei dos seus olhos,
Nem dos seus cabelos
Nunca falei do seu beijo,
Só falei do sobejo que o mendigo desfruta.
Ah! Como eu queria ser poeta,
Pra falar das borboletas,
Do sol e da lua,
Pra falar só de amor
De cime e de você.
Ah! Jamais serei poeta,
Jamais falarei das flores,
das abelhas
Que produzem mel
E das árvores
Que dão sombra
Enquanto isso só falarei
Em liberdade
Que é o caminho mais fácil
De encontrar poesia
Que é caminho mais próximo
Para um dia ser poeta.


Cleodon de Oliveira


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